segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Escrevo diante da janela aberta

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

(Mário Quintana)

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo, Suzana!
O Mário Quintana é dos poetas mais doces que a Literatura já teve. Adorado pelo mundo inteiro por fazer chegar suas palavras de forma tão simples quanto tocantes.

Não conhecia este que postaste, e deixo-te um que adoro:

"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..."

Mario Quintana - Esconderijos do Tempo

Beijos, menina que tem a poesia pousada na ponta dos dedos!

Katyuscia.

Mirror disse...

Adoro a poesia de Mário Quintana.
Convido-a a seguir o meu cantinho, terei muito gosto
http://www.sil3ncios.blogspot.com

Beijinhos menina poeta.. Gosto de sentir a cor da tua poesia.
Beijos